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Opinião - Visão do Setor Elétrico

Cortes de geração e futuro

Curtailment pode somar R$ 4,8 bilhões em prejuízos, conforme pesquisa

O corte de geração (curtailment) voltou ao centro dos debates no ENASE 2025, com um alerta contundente: o prejuízo acumulado para usinas eólicas e solares já chega a R$ 4,8 bilhões, segundo dados atualizados apresentados por Talita Porto, diretora da ABSOLAR. No painel moderado por Maurício Godoi (CanalEnergia), representantes do governo e do setor analisaram as causas e os caminhos para lidar com o problema, que envolve desde falhas estruturais até gargalos regulatórios.

David Gonçalves, gerente executivo do ONS, explicou que a origem do aumento nos cortes remonta à perturbação do sistema em 15 de agosto de 2023. “O curtailment passou a ocorrer não apenas por confiabilidade, mas também por questões energéticas, principalmente quando temos baixa carga e alta irradiância, como ocorreu em maio deste ano”, disse. Segundo ele, o ONS está atuando em múltiplas frentes — do saneamento de base de dados à revisão de rotinas de apuração — mas reforça que “não basta a atuação do operador; é preciso ação conjunta entre regulação, operação e política pública”.

Elbia Gannoum (ABEEólica) defendeu que o tema extrapolou o campo técnico. “Estamos diante de um problema com dimensão regulatória, econômica e política. O setor fez sua parte, agora aguardamos uma resposta do Ministério de Minas e Energia”, afirmou. A presidente da ABEEólica relatou reuniões frequentes com o governo e a entrega de propostas de solução sem impacto tarifário.

Já Talita Porto destacou a gravidade da situação para os empreendimentos solares, que respondem por R$ 1,2 bilhão dos prejuízos. Segundo ela, parques com menos de um ano de operação enfrentam cortes de até 70%, comprometendo contratos e financiamentos. “Alguns agentes já não têm capacidade de pagamento junto ao BNDES. O risco de inadimplência e colapso financeiro é real.”

O painel também ressaltou o papel do grupo de trabalho do CMSE, que reúne MME, ANEEL, ONS, EPE, CCEE e associações do setor, e deve apresentar em breve medidas operacionais e normativas para conter os efeitos do curtailment.


Grupo de trabalho do setor elétrico fortalece articulação para enfrentar curtaiment e modernizar operação

Durante o ENASE 2025, representantes de governo e do setor reforçaram a importância do grupo de trabalho criado pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para enfrentar os crescentes desafios operacionais do sistema. O GT reúne Ministério de Minas e Energia, ANEEL, ONS, EPE, CCEE e associações, com foco em medidas estruturadas para garantir segurança e eficiência diante do aumento das fontes renováveis variáveis.

David Gonçalves, gerente executivo do ONS, comparou a atuação do operador à de um cirurgião que realiza intervenções pontuais para proteger o sistema. “Não cortamos porque queremos, mas porque precisamos garantir segurança elétrica e energética. Estamos implementando mudanças em meses que antes levariam quase um ano”, disse. Entre as ações citadas estão a revisão de rotinas operacionais, ajustes na base de dados e maior transparência na comunicação com os agentes.

A diretora da ANEEL, Agnes Costa, destacou que o trabalho tem sido conduzido com escuta ativa e colaboração técnica. Segundo ela, a agência avalia medidas regulatórias que considerem inclusive a inclusão da geração distribuída nos rateios de impacto, desde que haja viabilidade jurídica e operacional.

A união entre instituições tem sido vista pelo setor como um sinal positivo. Talita Porto (ABSOLAR) e Elbia Gannoum (ABEEólica) ressaltaram que o envolvimento direto do Ministério e o diálogo contínuo com o mercado são avanços que podem acelerar respostas diante de problemas complexos, como os cortes de geração e os limites técnicos do sistema de transmissão.



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