ENASE 2025 reúne governo, agências e setor privado para debater futuro da energia limpa no BrasilEvento no Rio discute transição energética, abertura do mercado, justiça tarifária e digitalização. Brasil se destaca por matriz renovável e atrai investimentos em data centers e tecnologias limpas.

ENASE 2025 destaca cooperação entre governo, setor privado e sociedade para uma transição energética justa, com foco em IA, hidrogênio verde e geração de valor local na nova ordem energética global.

Governo quer abrir o mercado livre de energia para todos até 2027, com fim dos subsídios cruzados e regras mais justas entre consumidores, segundo proposta apresentada no ENASE 2025.

Investimentos globais em transição energética somaram US$ 1,77 tri em 2023. Brasil segue entre os líderes, com US$ 37 bi, focando em data centers, armazenamento e veículos elétricos.

Planejamento por indução e nova proposta para data centers ganham destaque no ENASE 2025. Especialistas defendem modelo mais ágil e estratégico para o setor elétrico, com foco em inovação e estabilidade.

O crescimento dos data centers no Brasil exige novas regras de acesso à rede elétrica, planejamento mais preciso e investimentos em infraestrutura. Especialistas defendem modelos contratuais modernos, garantias financeiras e maior integração entre setor produtivo e planejadores. 

Open Energy avança como base para democratizar o mercado de energia. Inspirado no Open Finance, permitirá o compartilhamento seguro de dados, ampliando a concorrência e empoderando o consumidor

Agentes públicos e privados abordaram diferentes ângulos sobre riscos de fornecimento, equilíbrio da matriz renovável, o avanço do Open Energy e o impacto da inteligência artificial no planejamento energético.

Durante o painel de abertura do segundo dia do ENASE 2025, líderes do setor energético destacaram os desafios estruturais que o Brasil enfrenta para transformar metas climáticas em ações efetivas. Lino Cançado, CEO da Eneva, alertou para os riscos da expansão acelerada e concentrada das fontes renováveis, sem o devido reforço de infraestrutura de backup a partir de fontes despacháveis.

Durante o painel “Reforma Setorial” no ENASE 2025, lideranças do setor criticaram o formato da Medida Provisória nº 1.300 e alertaram para os riscos de conduzir mudanças estruturais no modelo elétrico brasileiro sem debate amplo com a sociedade. Para Luiz Eduardo Barata, presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia, a proposta não configura uma reforma setorial. “O desenho de um novo modelo energético precisa ser amplo, geral e completo. Implantação pode ser fatiada, mas a concepção não”, afirmou.

A abertura total do mercado livre de energia prevista para 2027 promete transformar a relação do consumidor com o setor. Durante o ENASE 2025, Rodrigo Ferreira, presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (ABRACEEL), destacou que mais de 70 mil unidades consumidoras já migraram desde a liberação para o grupo A e que a tendência é de crescimento exponencial.

Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit Global, apresentou com exclusividade o relatório 10 Megatendências para o Setor de Energia, desenvolvido pela MIT Technology Review Brasil. A publicação traça um panorama ousado e multidisciplinar sobre o futuro da energia, baseado em mais de 650 horas de conteúdo técnico e estratégico.

O corte de geração (curtailment) voltou ao centro dos debates no ENASE 2025, com um alerta contundente: o prejuízo acumulado para usinas eólicas e solares já chega a R$ 4,8 bilhões, segundo dados atualizados apresentados por Talita Porto, diretora da ABSOLAR. No painel moderado por Maurício Godoi (CanalEnergia), representantes do governo e do setor analisaram as causas e os caminhos para lidar com o problema, que envolve desde falhas estruturais até gargalos regulatórios.

Durante o painel sobre a complexidade atual da operação e do mercado no ENASE 2025, executivos apontaram falhas na expansão da geração e alertaram para a perda de relevância do mercado livre diante do atual modelo de precificação e alocação de encargos.